O drama começa da seguinte forma: As pessoas namoram, transam, beijam, abraçam, brincam, fazem planos...até casarem. Continuam transando (menos) , abracando (menos) e brincando ( muito menos). Os filhos vem, a rotina dos afazeres vem, os problemas de orçamento vem (ou não), questões das famílias de ambos, divergências aqui e ali e tudo que o senso comum tem bem registrado sobre as questões de convívio. Fui rápido e eventualmente generalizador porque quero chegar logo ao ponto. E o ponto é: chega uma hora que as mulheres , prestem atenção que por enquanto estou falando das casadas e não todas, não querem mais transar. Não querem nunca mais? Obvio que não. Não querem quanto? Varia muito, mas em geral vão querendo cada vez menos. Não fiquem bravas pelo amor de Deus!!! Não estou acusando, não estou julgando e já discutirei as possíveis causas e as frequentes consequências. O fato é que ela vão parando de "dar".
Muitos homens vão perdendo o interesse inicial, diria eu, todos. Há , no entanto uma diferença entre perder o interesse no homem e na mulher. O homem sem tanto interesse tem mais interesse do que a mulher sem tanto interesse. Volto a dizer que isso não serve para todos, mas insisto em dizer que estou examinando um aspecto da situação conjugal e para examina-lo preciso focar no ponto. Arrisco dizer, no entanto, que ele é muito , muito amplo e mantido abaixo de um pilha de tapetes maior do que a fabricação total de tapetes do Ira durante um ano.
A mulher não quer mais dar....quase nunca, de vez em quando, sob esta ou aquela condição, se isso ou aquilo, antes disso e depois daquilo, ao invés disso e por causa daquilo que o marido disse, que aconteceu no emprego, TPM, VPM, GPS, URL, qualquer sigla vale.....e por ai a fora.
Fase drama. Essa fase é dura, chata, trás estranhezas, silêncios constrangidos, magoas, brigas e muito lucro para os psis e misticos e toda minha turma podendo chegar ate ao velho e bom padre - coitado, já ta no celibato divino e tendo que ouvir os que estão celibato "voluntario" e mundano.
E agora José? Bem e agora só tem três alternativas para o homem. A primeira é reclamar, falar , encher o saco da mulher e conquistar uma péssima fama de chato, carente...vai conseguir transar, mas a médio prazo vai se desmoralizando e perdendo a vez com a esposinha. Nessa fase há esperança de que alguma coisa mude. O nosso amante sofrido se corrige, para de ver TV, suspende o futebol, não reclama de nada, vai no Natal para onde ela quiser com que ela quiser. Resultado: uma transa porque lembrou a esposa. Resultados pífios, encarados como uma brutal derrota. A segunda é deixar vazar que tem alguma moca por ai querendo alguma coisa com ele, pode ser um torpedo meia sola de uma velha amiga do colégio, até um lembrete da secretaria que veio de uma maneira mais informal...hummm, bronca, desconfiança, paranóia...resultado quatro transas oferecidas com alguns privilégios já há muito esquecidos...se a ameaça some somem também as generosas ofertas. A paranóia é inimiga do celibato. Terceira alternativa. Essa talvez a mais velha de todas. O maridão começa a sair por ai, resigna-se com a letargia da casa e de nada se queixa, mas começa a ter grupos de vinho, discussões sobre tendencias no mundo da filosofia, arte, economia, ginastica, RPG, um longo tratamento no dentista das 19 as 21...este não se queixa de mais nada e não incomoda mais ninguém...talvez reste nele um sentimento de abandono que ele revida abandonando também.....Estão sentindo falta da hipótese de se separar? Não coloquei de proposito. Ainda não. Esse homem que acima descrevi não quer se separar, ele gosta da família e da esposa.
Antes que as moças me matem preciso esclarecer que as mulheres se comportam assim sem nenhuma maldade, não são frigidas, deficientes, más, nem necessariamente não gostam do marido ou de si mesmas, elas não dão porque não precisam, nada mais. Já volto.